Foda-se!

Pelo último post que introduzi vcs a teoria do Julien (que eu apelidei de “Foda-se Essa Merda”) eu já enfatizei o suficiente os seguintes pontos:

•        Existem pessoas que não gostam de vc, que nunca vão gostar de vc e não há nada que vc possa fazer sobre isso.
•           A grande maioria das pessoas não se importa com a sua existência. De fato, não estão nem aí para vc.
•         Vc deve sempre focar todas suas energias nas pessoas que GOSTAM de vc e querem seu bem.

Após estes pontos serem relembrados, vamos aos próximos. 

O próximo fato é que as pessoas que ligam o “foda-se” mudam o mundo. As que não conseguem fazer isso, ficam presas sempre aos mesmos obstáculos.

Tem  um livro do rei do terror Stephen King que se chama “A Longa Marcha”. Como qualquer outro livro do autor, o livro narra a história de um personagem louco que ama torturar inocentes ou algo horripilante do gênero, que existe com o único objetivo de aterrorizar as pessoas. No caso deste livro, as pessoas tem que andar infinitamente sem nunca parar para descansar, se não elas são mortas pelo assassino psicopata. Se pararem de andar, morrem.

Esse livro capta o espírito da preserverança (assim como uma guerra, por analogia) muito bem. Para conseguir vencer QUALQUER obstáculo na vida, é preciso antes minimizá –lo; até ridicularizá-lo.  Para superar qualquer coisa na vida, vc tem que deixar de dar tanta importância para ela. Se não fazer isso, vc viverá uma vida que não te interessa.  Juro, experimente. Pense em algo que te chateou alguma vez.

Vou dar um exemplo bem pessoal para vcs. Eu tenho um avô completamente maluco que eu amo de paixão. Ele é do tipo que gosta de implicar. Pergunta se vc engordou, pergunta "pq vc não está namorando", "pq vc não está trabalhando". Quando eu era novinha, ficava chateada sempre que ele implicava comigo. Pra falar a verdade teve uma época, acho que durou 1 ano até, que eu passei sem falar com ele. Sem dirigir a palavra a ele. E olha que hoje eu nem me lembro mais o motivo!

Quando cresci e tomei mais consciência de quem eu sou, do que eu quero para a minha vida e do esforço que eu faço para alcançar o que eu quero, todo tipo de comentário desse estilo deixou de me afetar. Eu comecei a achar engraçado, até pq eu penso (e isso eu acho que serve para todo mundo) que a minha vida está do jeito que está pq eu mesma quis que ela estivesse assim! A qualquer momento, eu mesma posso fazer algo pra mudar. Então pq se preocupar com algo que outra pessoa (que não está no meu lugar, não está vivendo a MINHA vida) acha que eu deveria estar fazendo? A vida é minha ou da outra pessoa? Pq que ela me julga, pq que ela espera que eu viva a MINHA vida da maneira que ela acha correta? Graças a Deus a vida é minha e de mais ninguém para ser vivida não?

Enfim, voltando ao ponto inicial: o meu avô sempre me fazia essas perguntas incovenientes. E era de sacanagem mesmo, para causar briguinha, pq até com meu priminho de 10 anos de idade ele implica. Todos são alvos. Mas chegou o dia que eu mudei, eu cresci.

Eu comecei a rir de tudo que tava errado na minha vida. Eu comecei a ser otimista e a ter paciência. E realmente tudo começou a dar certo. As coisas que ainda não estavam (e ainda não estão) da maneira que eu queria pararam de me incomodar. Eu acho que finalmente entendi o que era “carpe diem”.

Eu percebi isso quando eu vivi uma situação há algumas semanas atrás. Foi o seguinte. Eu estava almoçando com duas amigas minhas que trabalham no Leblon, como eu geralmente faço uma vez por semana. Como de costume, eu estava de shorts, camiseta e havaianas, claro. Calor infernal no Rio de Janeiro e eu não estou trabalhando e prezo MUITO o fato de poder me vestir tão confortavelmente, coisa que eu desconhecia na época que eu trabalhava.

Enfim, ao sair do restaurante encontrei com uma tia minha no meio da rua. Essa minha tia trabalha no mercado financeiro e conquistou sua própria fortuna totalmente sozinha. Ela trabalha desde que ela tem 14 anos. Tem uma vida confortável, mas nunca teve filhos, resolveu casar tarde, enfim... É uma mulher diferente, que eu admiro muito profissionalmente mas que eu não almejo ter uma vida igual a dela. Quem é mulher com certeza me entende.

Enfim, ao me ver, a primeira coisa que ela diz é: “Que que vc tá fazendo no Leblon, de chinelo e de short, Fernanda? Não trabalha não?!”. Ela estava com outra amiga, guru do Mercado Financeiro também. Eu na hora abri o maior sorriso e disse “Claro que trabalho tia, mas só trabalho a noite! Olha como a minha vida é melhor que a sua: ganho mais que vc, trabalho tendo prazer, e ainda posso almoçar no Leblon de chinelo e shortinho com minhas amigas... Depois posso dar um mergulho na praia... Tenho muito mais qualidade de vida do que vc, ser prostituta é o máximo! Estou ganhando muito bem!”. A amiga dela teve um ACESSO de riso. Começou a falar “vc que é feliz e esperta, tá em uma profissão muito melhor que a nossa, com certeza ganhando muito melhor que a a gente” ahahahaha. Minha tia ficou sem reaçãodireção, com o claro intuito de me deixar desconfortável, perdeu completamente o sentido nessa hora.

Inclusive, foi esta mesma resposta que eu dei pro meu avô quando ele começou com as perguntas do mesmo gênero. E sabe que que aconteceu? Ele achou o máximo! Fica rindo horas e perguntando quantos clientes eu tenho, fica me sacaneando... Enfim, uma coisa que poderia me incomodar agora é motivo de brincadeira.

Entenderam o meu ponto? Todo mundo tem suas fraquezas. Todo mundo tem as coisas que gostaria de mudar na própria vida. Aceite as suas. Não esconda elas, admita os seus defeitos. Sacaneie os seus defeitos. Se vc mesmo se sacanear, não tem graça para outra pessoa te sacanear. Ela já sabe que não vai conseguir te colocar pra baixo, entende? Se vc aceitar os seus próprios defeitos, eles não vão mais te incomodar. Uma pessoa pode até “apontar”, "evidenciar" alguns desses seus defeitos para vc, mas isso não vai mais te incomodar, pq vc só vai falar, “é isso mesmo, e daí?”. 


Gente, somos humanos cara. Ninguém pode julgar ninguém por nada! Todos temos defeitos, todos temos teto de vidro. Por isso que ao ser ofendido por alguém pense bem de quem e de onde está partindo essas ofensas e julgamentos. E pense bem se vale a pena sair do sério e se estressar com qualquer coisa. Não né? Viu....

Paralelamente a isto tudo que eu estou dizendo, uma das coisas mais importantes é vc aprender a aceitar uma derrota. Até as pessoas mais felizes e bem sucedidas do mundo lidam com derrotas. Na vida é impossível sempre estar em uma posição de vantagem- é impossível sempre ganhar. As pessoas que são maduras o suficiente para aceitar isto, e humildes o suficientes para reconhecer as suas próprias fraquezas e derrotas, são as únicas que conseguem ser felizes.

Pense bem. As que estão sempre preocupadas com o que as outras pessoas acham dela e tentam esconder as suas derrotas - tentando simultaneamente camuflar todos seus defeitos - são as que sofrem mais. Sofrem ao ser desaprovadas por alguém, sofrem ao ser rejeitadas e se sentem humilhadas com pequenos comentários; com pequenos - e insignificantes-  julgamentos. Uma coisa muito pequena e até mesmo poucas palavras conseguem ACABAR com esse tipo de pessoa.

Já as pessoas que seguem a teoria do “foda-se essa merda”, que eu já frisei tanto neste texto e no último que eu escrevi, são livres. São felizes. Ela não se importa se vc acha ela feia. Ela não se importa se vc acha ela burra, gorda, metida ou imbecil. Ela é feliz sendo do jeito que ela é e tendo amigos que ou são como ela é ou pelo menos respeitam a maneira dela ser.

Ou seja, foda-se (ahaha) mas lá vai outro cliché: ame a si mesmo. Tenha muito amor próprio. Só isso já é 90% do caminho andando para vc ser feliz e conseguir tudo que vc deseja para a sua vida...

Se vc não gostar de si mesmo, para começar, te garanto que aí mesmo que ninguém vai gostar.

Se vc não se achar, te garanto que ninguém vai te achar...

XX,

Nanda